terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

como aconteceu comigo


Bem, depois da parte científica, posso falar da parte...prática!
Em 2009 eu estava com 45 anos, duas filhas - uma de 22 e outra de 7 anos.
As duas com parto normal, amamentei a primeira ate os 3 anos e a segunda ate os 2 anos.
Não tomava anticoncepcional ha alguns anos, nunca fumei ou usei drogas, nem bebidas alcoólicas também há algum tempo.
Com hábitos saudáveis, doadora de sangue, e adorando comer arroz e pão integral, nunca imaginei o que iria acontecer.
Em meados de dezembro, meu seio direito começou a inchar, doer , ficar vermelho e quente. Primeira coisa que passou na cabeça: câncer. Por sorte havia marcado consulta, e a ginecologista me tranquilizou, era uma mastite. Não tenho o habito de tomar remédios alopáticos, mas devido ao estado e as festas de fim de ano, tomei o anti-inflamatório e antibiótico.
Bem melhor, fui encaminhada a fazer uma punção no local, que tinha um ponto ainda vermelho. Exatamente neste local a agulha entrou com dificuldade e retirou material para análise.



http://spacesaude.com.br/?page_id=923



 Ao chegar em casa o local ficou dolorido, inchado e quente. Tive que voltar à médica e fui encaminhada para fazer uma "Core Biópsia". É um procedimento como este no video, uma canopla do tamanho de um canudo grande de refrigerante, que retira material. Fica uma pequena cicatriz.




Neste meio tempo, formou-se um ferida estranha que pegava 1/4 do meu seio, do meio para a parte inferior. A pele era transparente, com muito liquido sob ela, e dava para ver o tumor dentro. Sem saber o que era, mas desconfiando de câncer, comecei a procurar tratamentos naturais para câncer de mama, tumores, furúnculos e inflamações. Esteticamente era muito ruim, e pensar que poderia acontecer alguma coisa comigo me levava imediatamente a pensar em minha filha menor. Chorei muitas vezes escondida, e conheci uma situação desagradável: quando se tem suspeita de uma doença grave e não se conta a ninguém, pois eu não sabia do que se tratava e não queria preocupar ninguém desnecessariamente. Além de haver secreção, doía, eu nao conseguia usar sutiã, e limitava o tipo de roupa que usava.
O resultado saiu em março: calma, menina, não é câncer! (ufaaaaaaaaaaaa..saiu um peso de mil toneladas da minha cabeça!).  Trata-se de Mastite Granulomatosa, não mata, mas é uma doença rara, auto-imune ( o corpo fica doidinho e começa a combater algo que ele imagina que tem que combater!?!?!?). Agora temos que ver outros exames que podem ser o tipo da doença: tuberculose, lúpus, hiv, leucemia...(voltou um peso de mil toneladas da minha cabeça!). Mais um tempo de stress, mas os exames deram negativos. Era a tal de Mastite Granulomatosa Idiopática (sem causa conhecida). Apareceu mais uma pequena ferida, que parecia uma espinha grande, menor que um furúnculo, mas não aumentou, para meu alivio!
E aí, fui para a segunda etapa....

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MASTITE GRANULOMATOSA - conceito, diagnóstico e tratamento

Vou colocar aqui os conceitos científicos, que se acha na internet.
A mastite granulomatosa idiopática (MGI), também denominada mastite lobular granulomatosa, é uma rara doença inflamatória crônica da mama, de etiologia desconhecida. Ocorre principalmente em mulheres jovens e freqüentemente com lactação recente. As características clínicas, radiológicas e ultra-sonográficas são semelhantes às do câncer de mama - http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1406 

 










 http://www.spmastologia.com.br/Boletins/2011/abril/MASTO-BOL-2011-%2804%29-ABR%20-%2013.pdf

Boletim da Associação Brasileira de Mastologia Regional São Paulo
ANO XV - Nº 92 - ABRIL 2011
10
mastites incomuns
Mastite granulomatosa – diagnóstico e tratamento
Dr. Anastasio Berrettini Jr.
Pós-graduando da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
Professor Convidado da Universidade São Francisco – Bragança  Paulista
 A mastite granulomatosa (MG) é um transtorno inflamatório raro, descrito pela primeira vez em 1972, como uma situação clínica mimetizando (pode parecer com câncer, eu achei que era) o carcinoma mamário. A literatura contempla relatos de casos e pequenas séries, sendo a maior contendo 43 casos, publicada em 2010.

A patogênese e etiologia da MG não foram bem estabelecidas. Alguns fatores foram discutidos como desencadeadores de reação autoimune: viroses, infecções fúngicas, infecções parasitárias, trauma local,( eu fiz uma punção no local e apareceu a MG depois) fatores irritantes locais, hiperprolactinemia, diabetes, tabagismo e deficiência de alfa-1 antitripsina; porém não houve comprovação científica destas teorias.

Predomina em mulheres entre 25 e 50 anos,(em mim ,com 45 anos) sendo comum o antecedente de gravidez e lactação recente (até três anos)( eu já havia parado de amamentar a 5 anos). O achado clínico característico é a presença de nódulo unilateral endurecido e limites imprecisos associado à dor local (80% dos casos); encontra-se processo infeccioso local (50% dos casos), mastalgia acíclica (não esta relacionada ao período menstrual)(40%) e fluxo papilar (secreção pelos mamilos)(20%). A presença de nódulo está, na maioria dos casos,

associado a outros sinais característicos de lesão neoplásica (tumor): comprometimento de pele ou músculo peitoral, retração de placa aréolo-papilar, ulcerações na pele e linfonodopatia axilar.Os achados radiológicos da MG são altamente inespecíficos. A mamografia demonstra densidade assimétrica na topografia da lesão clínica, sendo difícil a diferenciação com processo neoplásico. A ultrassonografia também apresenta achados inespecíficos e heterogêneos, sendo comum a presença de área irregular e hipoecóica associadas à sombra acústica. A realização da ultrassonografia tem valor na avaliação da dimensão do abcesso, quando presente. Recentemente, a ressonância magnética tem sido estudada em casos de MG, porém seus achados também são inespecíficos. Sua indicação baseia-se na avaliação de extensão da doença e no acompanhamento da evolução da lesão. A ressonância apresenta maior sensibilidade na avaliação da diminuição da área acometida, quando comparada à mamografia e ultrassonografia.Pela presença de achados clínicos característicos de neoplasia associados a sinais radiológicos inespecíficos, a realização de diagnóstico anatomopatológico é essencial. A acurácia da punção aspirativa (foi essa que fiz antes , e provocou a mastite granulomatosa, tenho certeza!)na literatura varia entre 17-80%; credita-se a esta grande discordância de achados a falta de familiaridade dos citopatologistas com a doença. A biópsia com agulha grossa (essa que fez o diagnóstico certo, e agradeço)apresenta acurácia mais elevada (70-90%), sendo característica a presença de processo inflamatório granulomatoso não–caseoso das unidades lobulares, composto por histiócitos, polimorfonucleares, células gigantes e tipo Langerhans.

O tratamento ideal para a MG mantém-se alvo de discussões. A utilização de antibioticoterapia não é recomendada, pois a cultura desta lesão raramente é positiva (5-10%); quando positiva, acredita-se que a infecção bacteriana seja secundária. A excisão da lesão (ressecção segmentar, quadrantectomia ou mastectomia simples) torna-se terapêutica e diagnóstica na maioria dos casos. As complicações usuais são: formação de processo fistuloso (20-45% dos casos) e recidiva local( a doença volta) (15-60% dos casos). Quando indicada cirurgia ampliada (mastectomia) (retirada da mama), é prudente não associá-la a procedimento reparador imediato. A utilização de corticóide mostra-se promissora. Pequenas séries de casos utilizando Prednisolona em alta dosagem (60mg/dia) por 4 a 6 meses apresentaram resultados satisfatórios, controlando o processo inflamatório local e diminuindo (mas não impedem da doença voltar) as taxas de recidivas. Resultados ainda melhores foram descritos com a utilização de Methotrexate e Azatioprina. Porém, o número pequeno de casos e a falta de protocolo assistencial nos impedem de utilizá-lo como terapia standard para os casos de mastite granulomatosa. Como foi descrito anteriormente, a ressonância magnética apresenta melhor sensibilidade para acompanhamento de pacientes em terapia medicamentosa.

(não há nenhuma informação sobre tratamentos que não sejam com corticóides...)

acesse esse link - relato de caso em Blumenau 



sábado, 8 de fevereiro de 2014

primeiro contato

Para toda mulher que está passando, já passou ou apenas quer saber o que é e como me curei da Mastite Granulomatosa.
Primeiro vou deixar algum material sobre o assunto, que está disponível na internet.
Depois deixarei meu relato sobre a doença, o processo, e como fiquei curada
Recebi vários e-mails de "amigas" que leram sobre meu caso e me pediram ajuda, e incentivada por uma homeopata, que me atende há anos, achei que este blog pode, enfim, ajudar várias mulheres a me acharem mais facilmente.
Espero realmente que eu possa ajudar.
Como é a primeira vez que crio um blog, estarei aperfeiçoando na medida do possível.
Aceito criticas e sugestões sobre o mesmo, e todas que quiserem saber sobre o assunto, estou disponível aqui mesmo.
http://blog.suri-emu.co.jp/wp-content/uploads/2011/09/saude-mulher-ginecologista-blogsuriemu-6.jpg